segunda-feira, outubro 16, 2006

Liberdade

Ai que prazernão cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças, (vês...já o poeta cirroso o dizia!!;p)
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,a
Nem consta que tivesse biblioteca... (esta última estrofe soa a verso de música pimba... ora imaginem lá se aqui por trás não ficava bem aquele sonoro caracteristico da musica popular...tan, tan, ran, tan, ran, ran, tan, ran, tan, ran, tan, ran, tan...)

Fernando Pessoa